domingo, novembro 26, 2006

Seriados sem fim

Li em algum lugar que os seriados do tipo Lost, que não fecham uma estória por episódio, seriam uma tendência. O artigo elogiava a proposta, dizendo que, assim, havia a possibilidade de uma maior desenvolvimento dos persongens, trazendo uma riqueza nunca antes vista no mundo dos seriados. Pode ser. Porém, quando os criadores de Lost afirmam que têm planos para seis anos de seriado, a coisa aperta. Quem ainda não percebem o alto índice de encheção de lingüiça? Na segunda temporada foram pelo menos uns 10 capítulos sem nenhum acontecimento relevante. E tem mais. Se o desempenho junto à audiência não é satisfatório, o seriado simplesmente sai do ar, e o espectador fica com um monte de coisas sem explicação, como foi o caso do infeliz Surface. Os seriados com estórias fechadas em cada episódio, ou mesmo com arcos de estórias curtos, não padecem deste problema e, a meu ver, se bem trabalhdos, como Arquivo X ou Eureka, também têm espaço para o desenvolvimento de persongens. Demorar seis anos para contar um estória requer uma quantidade de talento que não se encontra todo dia.