sexta-feira, setembro 07, 2007

Viajar é fogo!

Eu estava ferrado no sono quando ouvi algo do tipo "tem alguma coisa queimando no ônibus"; dez minutos depois, nem ônibus tinha mais...

Viajar nesses ônibus fretados em agências de turismo e coisa comum aqui em Brasília. A gente mesmo já viajou um monte de vezes. Os ônibus costumam ser bem confortáveis, e acaba saindo mais barato que nos ônibus comuns. Mas logo que vimos o ônibus ontem, ficou uma impressão ruim. Uma vez dentro dele, só piorou. Sujo, mal conservado, muitos braços das cadeiras quebrados, cheio de pernilongos. Mas eu estava tão cansado, que nem fui reclamar: reclinei a cadeira e dormi.
Depois da tal frase, a Alê me cutucou, e percebi que o pessoal começava a se levantar. Vi a fumaça entrando e falei pra ela: chama o Yuri e desce.
Começa o pânico. Gente gritando, crianças chorando. Já dava pra ver as labaredas pela lateral do ônibus. O pessoal de trás começa a empurrar. A Alê quase caiu. Gritei pedindo calma e falei pra Alê ir descendo com o Yuri que eu ia ficar pra ajudar e já descia.
O pessoal começou a descer mais organizadamente. Tentei abrir a saída de emergência, que ficava bem no meu assento, mas não achei nenhuma alça, correia, martelo, o que quer que fosse. As chamas estavam já muito mais altas. Continuei organizando a descida. Quando desceu o último, peguei as duas mochilas que lavamos e me mandei. Uma labareda já saía pela porta do banheiro e chegava ao teto do ônibus. Muita fumaça, branca e densa.
Lá fora, as pessoas aglomeradas ao redor do ônibus, muito, mas muito próximas. olhei para trás e vi que as chamas já passavam da altura do ônibus e se espalhavam pela grama seca. corri até onde estavam a Alê e o Yuri, mais longe que o resto do pessoal, e puxei os dois pra mais longe ainda. Ficamos lá olhando. Alguém perto de nós disse que o ônibus ia explodir, e eu: fica tranqüilo que diesel não explode. Mal acabei a frase e CABUM! Uma bola de fogo voou do ônibus em direção à manezada que estava lá em volta. Mas foi só um dos pneus; de fato, o diesel não explodiu.
Bombeiros, polícia, trânsito parado, cheiro de queimado, fumaça... acabou! Foi-se o ônibus, e tudo que estava dentro da cabine. As malas no bagageiro ficaram intactas.
Estranhamente, não estávamos na BR040, nem a caminho dela. O ônibus tinha feito um desvio muito estranho pelo Gama, uma cidade-satélite do DF. Ninguém conseguiu nos explicar por quê estávamos ali. Familiares que foram buscar os passageiros tiveram dificuldade de encontrar o local.
Pela manhã, voltei para fotografar com uma câmera, porque foto de celular só com legenda explicando o que é. Publiquei no Multiply. Muita gente parando e perguntando se alguém tinha morrido. Muita gente perguntando se alguém tinha sobrevivido.
Saímos todos bem, mas esse tipo de incidente é resultado de algum tipo de negligência. Vamos ver se acionamos a empresa de alguma forma. Tivemos sorte de que aconteceu logo no início da viagem, com muita gente acordada, e ainda dentro do DF. Fosse mais tarde, com todo mundo dormindo e no meio do nada, poderia ter sido muito mais sério.


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quarta-feira, setembro 05, 2007

O caso do promotor


Como acho bom a gente saber do dois lados da coisa, e só um lado tem aparecido na imprensa, vou colocar aqui um link pro Blog do Nassif que trata do caso do promotor que matou um cara numa confusão em uma boate.

Segundo os relatos de várias testemunhas, houveram sim tiros de advertência, e os rapazes perseguiram o promotor pela rua. Não entendam que estou defendendo quem quer que seja, mas a gente precisa considerar todas as possibilidades antes de considerar quem quer que seja culpado. Como VOCÊ agiria se estivesse na situação descrita no link?


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No calor da Gravata


Assisto ao noticiário pela manhã. A previsão do tempo avisa: umidade abaixo de 15%; temperaturas acima de 30 graus Celsius; recomenda-se evitar exercícios pesados entre 10 e 17h, e o uso de roupas leves.

Enquanto assisto, me visto: camisa, calça, sapato, paletó, gravata...

Em janeiro último estava em um parque aquático em Vitória. Avisto dois infelizes cidadãos vagando em meio às piscinas trajando ternos escuros. Me identifiquei com os pobres...

A estupidez do homem. Até quando algumas pessoas vão achar bonito que nos vistamos como europeus sob um calor tropical? Até quando vão exigir que outras pessoas se vistam assim para agradá-las? Tanto se fala sobre o aquecimento global... não está na hora de revermos nossos conceitos de vestimenta? Nossa saúde agradece.