sábado, março 17, 2007

The Devils

Há uns três anos ouvi dizer que alguém, chafurdando nos arquivos da Warner tinha encontrado as seqüências perdidas de "The Devils", de Ken Russel, cortado em pedacinhos pela censura em 1971, e que um projeto de restauração estava em andamento. A chance de ver um dos filmes mais polêmicos da história do cinema como deveria ter sido me deixou extremamente ansioso.
Ano passado fiquei sabendo que o trabalho de restauração estava pronta, e que, assim que resolvidas algumas questões legais, o DVD estava a caminho.
Bom, as questões legais ainda estão pendentes, mas já consegui ver o filme.
Antes de mais nada, fui reler "Os demônios de Loudun" (Aldous Huxley), que relata o caso de possessão demoníaca coletiva no Convento das irmãs Ursulinas em Loudun, França, no século XVII, um livro que todo mundo deveria ler.
O filme é todo anos '70, com um tom de deboche muito forte e cenários irreais de tão brancos. Tira um pouco do impacto, mas a estória é muito boa, e segura o filme. Oliver Reed e Vanessa Redgrave mostram porque ocupam a posição que ocupam no cinema. Tendo em mente que é um filme datado, quando aparecer, vale a pena ver!

Miss Sunshine x Tideland

O fato de existirem mentes tão pervertidas a ponto de colocarem menininhas tão simpáticas em situações tão esdrúxulas é certamente o sinal do fim do mundo. Tanto Olive quanto Jeliza Rose comem o pão que o diabo amassou. E não se abalam. Olive com sua surpreendente (e convincente) maturidade, capaz de encarar o tio homossexual-suicida, o irmão maníaco, o pai obcecado com auto-ajuda ou o avô viciado. Jeliza Rose com sua imaginação prodigiosa, apoiada em suas quatro amigas imaginárias (verdadeiras amigas-cabeça), e no total abandono em que vive, consegue aceitar o vício do pai, para o qual ela, inclusive, provê toda a logística.
Se "... Miss Sunshine" é um filme leve, com uma mensagem positiva, apesar da tragédia, "Tideland" é uma pedrada, que só se torna assistível pelo clima onírico que Terry Gilliam impõe ao filme (ninguém, além dele seria capaz de contar esta estória). Se em um cresce a esperança, no outro cresce o desespero.
Pobres menininhas...