domingo, novembro 05, 2006

Mágica!



Desde pequeno sou fascinado por mágicos. Passava horas e horas em casa imitando os movimentos dos mágicos que via na TV ou, mais raramente, no circo. Dos mágicos da infância, nem lembro do nome; David Copperfield veio depois, mas só pela TV, com muitos efeitos de câmera e edição... David Blaine é um que tem me impressionado nos últimos tempos (mesmo pela TV).
No século XIX a coisa era diferente. Não havia vídeo e edição digital. Os mágicos eram ajudados por espelhos, fumaça, iluminação e uma série de geringonças mecânicas. É desse tipo de mágico que trata o enredo de O Grande Truque.
Já está na hora de Christopher Nolan pisar na bola. Following, Memento, Insônia, Batman Begins, em todos ele acertou. E a pisada na bola não veio com O Grande Truque. A estória da rivalidade entre dois mágicos me lembrou Os Duelistas, do Ridley Scott, mas o clima tenso do filme deixa longe a semelhança. Christian Bale e Hugh Jackman muito bem, Scarlett Johansson desperdiçada. A não-linearidade da narrativa, que parecia um vício pós-moderno em Following e foi o principal destaque de Memento, está totalmente a serviço da trama, como em Batman Begins. Fugindo do maniqueísmo tão comum no cinemão americano, o filme tem personagens bem desenvolvidos, com motivações reveladas em doses homeopáticas. Sem correrias e abusos visuais, um filmaço que satisfaz, mesmo se você matar a charada antes do clímax

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