segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Energia limpa

Nessa nova onda de histeria coletiva com relação ao aquecimento global, muito tem se falado em substituição dos combustíveis fósseis. A indústria automobilística brasileira deu um sério passo atrás com os motores flex.
A tecnologia de motores a etanol está madura e estável. O que faz, então, nossos célebres fabricantes de automóveis, adaptando os motores a álcool, reduzindo sua eficiência, para que possam funcionar também com gasolina?
Sim, reduzindo a eficiência. A adaptação foi basicamente reduzir a taxa de compressão do motor a álcool para que funcione a uma temperatura aceitável, quando queimando gasolina. Como resultado, há um aumento de consumo de combustível, e redução da potência. Enfim, consomem mais e andam menos, um resultado que vai na contramão da necessidade de se buscar motores cadavez mais eficientes. Há tecnologia que permite que a taxa de compressão do motor seja variável, mas não a um preço acessível. Ainda há um problema pouco divulgado: alguns níveis de mistura álcool/gasolina favorecem a separação da água, que fica depositada no fundo do tanque, prejudicando ou inviabilizando o funcionamento do motor.
A decadência do álcool como combustível, resultado da manipulação cruel do mercado pelos usineiros, pode ser uma explicação para o rumo que as coisas tomam. Mas sabotar uma tecnologia que poderia dar ao Brasil um destaque considerável na luta contra a poluição não me parece razoável.

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